O Death Valley é um parque Nacional que fica localizado no Deserto de Mojave, na Califórnia. Muitas pessoas visitam o parque saindo de Vegas, mas nossa aventura começou em San Francisco. Hoje compartilho com vocês a experiência de conhecer o deserto e sentir na pele como é estar em uma das regiões mais quentes do planeta.
Roteiro de 2 dias no Death Valley
Death Valley sempre foi um destinos que eu quis conhecer, ficava imaginando aquelas estradas imensas com as pedras lá no fundão e as dunas de areia que parecem não ter fim. Esta é a lembrança que tenho do parque, uma paisagem incrível, diferente de tudo que já tínhamos visto antes.
Eu fiz uma pesquisa e tinha um mini roteiro antes da viagem, mas confesso que não fazia ideia que o parque era tão imenso.
De San Francisco para o Death Valley de carro
A viagem de San Francisco até Death Valley é de aproximadamente 8 horas. Nós viajamos com um casal de amigos, saindo de San Francisco num feriado prolongado que juntando com o final de semana, deu 4 dias! Saímos na sexta no fim da tarde e ficamos a primeira noite em um hotel na metade do caminho, na cidade de Bakersfield. Deu pra dar uma boa adiantada no trajeto. Acordamos no sábado cedinho e foram mais 3 horas de estrada pra chegar no parque.
Na estrada o cenário vai mudando aos poucos, vão diminuindo as casas, os postos de gasolina ficam mais distantes.
Quanto mais a gente se aproximava, mais a paisagem entrava no clima de deserto.
Ao contrário de outros parques nacionais, no Death Valley, não existe uma uma cabine para pagar a entrada. Você deve pagar no Visitor Center, que é em Furnace Creek. Então você entra, vai visitando as atrações e só quando chega lá faz o pagamento em uma das máquinas. Custa $25 por carro para visitar o parque durante 7 dias!
Nossa experiência no Death Valley
Nós entramos pelo parque na entrada Oeste, no caminho de Ridgecrest e dependendo de onde você entrar a sequencia das atrações e paisagens serão diferentes de alguém que vem via Las Vegas por exemplo, parece meio óbvia esta informação, mas vale verificar quais são os lugares que você quer conhecer pra programar seu roteiro, principalmente se você tiver pouco tempo. Pois como disse, o parque é imenso e não tem como ver tudo, a não ser que você possa passar diversos dias por lá. Confira as direções pra planejar sua visita ao Death Valley.
O Death Valley é cortado por uma rodovia principal, a 190, e têm várias atrações próximas, o que acontece é que elas ficam bem distante umas das outras e pra conhecer o parque de verdade, na maioria dos lugares você precisa estacionar e andar algumas milhas. Se você prefire ir em menos lugares mas curtir melhor cada um deles, saiba que em um fim de semana dá pra ter um gostinho, mas é impossível de ver tudo! Veja o que tem de melhor pra conhecer por lá e como foi nossa experiência.
Principais lugares para conhecer no Death Valley
Mesquite Flat Sand Dunes
A primeira parada foi a típica cena de deserto, aquela imensidão de areia.
Este é o maior campo de dunas do Death Valley e inclui três tipos delas: a crescente, linear e em forma de estrela.
A sensação de andar por lá é que está pegando fogo no chão, porque dá pra sentir o calor subindo nas pernas! O Death Valley é considerado o lugar mais quente do mundo, já chegou a fazer 54C por lá em 1913. Neste dia pegamos mais de 40!
Harmony Borax Works
Harmony Borax Works foi o primeiro lugar a ganhar vida no Vale da Morte e foi colocado no Registro Nacional de Lugares Históricos.
Neste cantinho do Vale da Morte foi onde aconteceu uma das primeiras operações de mineração bem-sucedidas, com a extração do bórax, um sal mineral que possui muitas utilizações industriais e domésticas. O moinho não era famoso pelos depósitos de minério, mas pelos vagões usados para transportar o bórax parcialmente refinado.
Uma campanha publicitária memorável usou a imagem dos vagões para promover o sabão Boraxo da empresa em programas de rádio e televisão e fez todo mundo voltar os olhos pro Death Valley. A operação tornou-se popular mostrando grandes equipes de mula e os vagões transportando bórax na rota do Mojave. Imagina estes vagões e as mulas percorrendo toda esta estradinha sem asfalto?
O caminho pavimentado de 0,4 km fazem as pessoas voltar no tempo. A escassez de água, combustível e as dificuldades de transporte tornaram economicamente impossível a extração dos minérios. Mas até hoje você pode visitar estrutura Harmony Borax Works que foi ativa de 1883 a 1888, empregando 40 homens que produziam três toneladas de bórax diariamente.
Furnace Creek Visitor Center
Furnace Creek é o visitor center oficial do parque, onde você pode utilizar os banheiros, comprar sua lembrancinha, aprender mais sobre os lugares para visitar, ver as exposições do museu, e fazer perguntas pros rangers e fazer o pagamento da entrada, lembra?
Devil’s Golf Course
O Devil’s Golf Course, que traduzindo é o campo de golfe do capeta, é uma área imensa de sal que forma torres irregulares com a ação do vento e da chuva. A piada é que “só o diabo poderia jogar golfe num lugar destes”.
Badwater Basin
O Badwater, ou água ruim, é o ponto mais baixo dos Estados Unidos. Fica a 282 pés ou 86 metros abaixo do nível do mar. E sim, eu estive lá 😀
Recebeu este nome pois era um enorme terreno branco, com pequenas poças de água salgada, que criavam ilusão de ótica nos viajantes que passavam debaixo do sol escaldante do deserto em busca de algo pra beber.
Esta é a atração mais famosa do Death Valley.
Lá você pode caminhar pelos campos salgados e de longe consegue ver a placa indicando a altura do nível do mar no alto do morro. Ok, dei uma forcinha pra você encontrar a marca 😛
Nós ainda demos uma super sorte de encontrar o local com pequenas lagoas de água onde as pessoas chegavam no lombo das mulas no deserto.Não é em qualquer época do ano, que você vê o local desta forma! O termo Bad water, é porque a água era salgada e depois de andar horas no sol de rachar, quando as pessoas conseguiam chegar, não podiam beber porque ficavam totalmente desidratadas, por isso, bad water, ou água ruim!
Todo mundo quer ter uma foto por lá então é o tipo de lugar que sempre está cheio de turistas.
Artist’s Drive e Artist Palette
A Astist’s Drive é uma rota cênica cercada por colinas vulcânicas e sedimentares. A estrada é lindíssima, prepare a câmera.
A estrada é de 14km e só veículos com menos de 7 metros podem passar por lá.
A atração principal nesta estrada é conhecida por Artist Palette, que traduzindo é a paleta do artista. Você precisa estacionar e dar uma caminhadinha pra ter a vista panorâmica das montanhas! O nome de paleta do artista é porque a própria natureza faz as montanhas ficarem coloridas e mudar de cor ao longo do dia. As cores que você vai ver por lá vai depender muito da estação, do tempo, do horário do dia.
Natural Bridge
Voltando na Badwater Road, em direção à estrada 190, tem uma trilha de 1,6 km de nível fácil onde tem uma ponte natural formada pela própria rocha, a natural bridge.
Zabriskie Point
Este é o local mais famoso pra ver o pôr e o nascer do sol. No Zabrisque Point tem um mirante e os visitantes podem simplesmente tirar fotos por ali ou iniciar a caminhada em torno do Badlands Loop.
20 Mule Team Canyon
Esta é uma estrada, de 4 km que passam por dentro de cânions de areia. Parte que ficou para uma próxima viagem.
Dante’s View
Dante’s view é o ponto mais próximo de quem vem de Vegas e oferece uma vista panorâmica no parque.
Desolation Canyon
A melhor parte da nossa viagem foi quando desviamos um pouco dos pontos turisticos tradicionais e fizemos a trilha chamada Desolation Canyon.
A trilha fica no trajeto entre o Furnace Creek e o Bad Water. São 9km e a paisagem é digna de um parque como Death Valley. Dá um look nas fotos e olho o duro danado que a gente deu pra ter este vistão!
Dentro do Death Valley, os preços dos hotéis são bem elevados é preciso reservar com bastante antecedência, como eu queria muito conhecer a cidade fantasma Rhyollite, nós ficamos na cidade de Beatty que fica 40 minutos do Furnace Creek, já faz parte do estado de Nevada, mas é do ladinho do Death Valley. Ficamos hospedados no Motel 6, nada demais, mas como a intenção era chegar tarde e sair cedo, atendeu nossas expectativas, principalmente porque a região em volta era cheia de cassinos, restaurantes e supermercado. Acordamos cedinho, tomamos café e bora pra Rhyollite.
Rhyollite a cidade fantasma ao lado do Death Valley
Rhyolite é uma cidade fantasma que fica ao lado de Death Valley. A cidade surgiu no início de 1905 com milhares de pessoas em busca de ouro. Depois que a matéria prima se esgotou os garimpeiros foram obrigados a mudar e o local ficou abandonado. Rhyollite já foi cenário de vários filmes e hoje é a cidade fantasma mais fotografada da Costa Oeste. É super legal conhecer esta cidadezinha e vai rolar um post do que você pode ver por lá!
Aventura no Vale da morte – Titus Canyon Road e Leadfield Ghost Town
Entrando no parque novamente, vimos uma estradinha que super chamou nossa atenção e não pensamos duas vezes para sair da rota tradicional. A estrada chama Titus Canyon Road e são 24 milhas – 39km.
As vistas da estrada eram maravilhosas.
Mas o que acontece era que o carro do nosso amigo, Fernandinho, era super baixo. Mas este é o tipo de estrada que combina mais com um 4×4.
Em determinados momentos parecia que o carro não iria dar conta. A estrada era de mão única, não tinha como voltar e não passava absolutamente ninguém por lá…gente, começou a dar medo!
Já pensou ter que passar a noite no meio de uma casa fantasma no Vale da Morte? :O
Se você quer aventura de verdade, fica a dica!
Quando vimos o asfalto de novo até paramos para celebrar 😀 Pensa no alívio 😛
Já no caminho de retorno pra San Francisco, almoçamos no Stovepipe. Lá tem um dos hotéis do parque e o restaurante é aberto ao público. Estava uma delícia, tem cerveja artesanal e tudo 😀 O bar é no estilo velho oeste, super estiloso 😀
Mosaic Canyon
Pra fechar com chave de ouro, visitamos o Mosaic Canyon que é onde tem os canyons mais bonitos de todo o Vale da Morte.
Há duas trilhas para escolher no lugar e fizemos a mais curta delas, é uma milha e meia de caminhada a partir do estacionamento no meio das pedras e canyons, o lugar é incrível!
E do ladinho do carro, pra ficar na memória, encerramos o passeio no parque com esta foto. Quer imagem melhor pra representar a Vale da Morte?
Dormimos na cidade de Ridgecrest neste dia e na manhã seguinte, pegamos o dia todo de estrada para retornar pra San Francisco.
Leia também: Dicas para planejar a viagem ao Death Valley
A Mary, nossa parceira do Hotel California Blog acabou de voltar do lindíssimo Joshua Tree e conta tudo sobre a viagem dela no deserto no Canal California. Confira o vídeo!
Conhecer o Death Valley foi uma experiência fantástica e super recomendo incluir um deserto na sua viagem pela Califórnia!
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